Lipedema: causas, sintomas e o papel da medicina funcional integrativa
- RK VIRTUAL ASSISTANT
- 26 de nov.
- 4 min de leitura
Atualizado: 30 de nov.

O que é o lipedema e como ele se manifesta?
O lipedema é uma condição crônica e inflamatória caracterizada pelo acúmulo anormal de gordura subcutânea, geralmente nos quadris, pernas e braços, que não melhora com dieta ou exercícios convencionais.
Afeta quase exclusivamente mulheres e tende a se manifestar ou agravar em períodos de mudança hormonal, como puberdade, gestação e menopausa.
Além do aumento de volume corporal, o lipedema provoca dor, sensibilidade ao toque, sensação de peso nas pernas e facilidade para hematomas.
“O lipedema não é excesso de peso, mas uma condição metabólica e inflamatória que altera o tecido adiposo e o sistema linfático.”
Diferença entre lipedema, linfedema e obesidade
É comum confundir lipedema com obesidade, mas são condições distintas.
No lipedema, o ganho de volume ocorre de forma simétrica nas pernas e braços, poupando mãos e pés — o que não ocorre na obesidade.
Já o linfedema é o acúmulo de líquido por falha no sistema linfático, podendo acompanhar o lipedema em estágios mais avançados.
O diagnóstico diferencial é essencial, pois o tratamento deve considerar a origem metabólica e inflamatória da condição.
Causas e fatores de risco do lipedema
A origem do lipedema é multifatorial. Estudos apontam que a genética, os hormônios e a inflamação crônica desempenham papéis centrais.
1. Fatores genéticos
Há forte predisposição hereditária. Mutações e polimorfismos genéticos relacionados à inflamação, metabolismo de gordura e regulação hormonal podem aumentar o risco.
Exames genéticos ajudam a identificar variações em genes ligados àresistência insulínica, metabolismo estrogênico e resposta inflamatória.
2. Disfunção linfática
O sistema linfático, responsável por drenar o excesso de líquido e toxinas, apresenta comprometimento na região afetada. Isso contribui para o inchaço, dor e agravamento da inflamação local.
3. Resistência insulínica e metabolismo energético
O lipedema está frequentemente associado à resistência à insulina, um estado em que as células não respondem bem ao hormônio, levando ao acúmulo de gordura e inflamação.
Esse desequilíbrio interfere na oxidação de ácidos graxos e pode agravar o quadro metabólico.
4. Inflamação crônica de baixo grau
O tecido adiposo do lipedema libera citocinas inflamatórias, como IL-6 e TNF-alfa, que intensificam a dor, o edema e a resistência à perda de gordura.
Essa inflamação sustentada também prejudica o retorno linfático e o metabolismo celular.
A visão da medicina funcional integrativa sobre o lipedema
A medicina funcional busca entender as causas metabólicas e inflamatórias que sustentam o lipedema, atuando em múltiplos sistemas: hormonal, linfático, mitocondrial e digestivo.
Em vez de tratar apenas os sintomas, o foco é modular a inflamação e restaurar o equilíbrio metabólico por meio de ajustes nutricionais, exames de precisão e suplementação personalizada.
“No lipedema, a inflamação é tanto causa quanto consequência. Identificar os fatores metabólicos que a alimentam é o primeiro passo do tratamento integrativo.”
Exames de precisão no diagnóstico e acompanhamento do lipedema
Metabolômica
A metabolômica avalia centenas de metabólitos sanguíneos e urinários, revelando alterações no metabolismo de lipídios, aminoácidos e marcadores inflamatórios.
Ela ajuda a detectar deficiências nutricionais, estresse oxidativo e resistência insulínica — todos fatores que impactam o lipedema.
Teste Genético
O teste genético nutrigenético permite mapear polimorfismos que interferem na inflamação, metabolismo de gordura e função hormonal.
Entre os genes frequentemente analisados estão:
FTO e PPARG → metabolismo lipídico e tendência ao acúmulo de gordura;
IL6 e TNFA → resposta inflamatória;
COMT e CYP1A1 → metabolismo dos estrogênios;
MTHFR → metilação e detoxificação celular.
Essas informações guiam estratégias nutricionais e suplementares personalizadas, reduzindo inflamação e melhorando o metabolismo.
Estratégias de tratamento integrativo do lipedema
1. Alimentação anti-inflamatória e de baixo índice glicêmico
Uma dieta rica em vegetais, peixes, oleaginosas e gorduras boas ajuda a modular a inflamação.
Evitar açúcares, farináceos e ultraprocessados é essencial para reduzir a resistência insulínica e o acúmulo de gordura inflamatória.
2. Atividade física personalizada
Exercícios de baixo impacto — como hidroginástica, caminhada, drenagem linfática natural (movimento) e treino funcional — favorecem o retorno linfático e a queima metabólica.
3. Suplementação de suporte metabólico e antioxidante
O plano suplementar pode incluir nutrientes como:
Magnésio → melhora a sensibilidade à insulina;
Ômega-3 → modula a inflamação;
Vitamina D → atua no metabolismo hormonal e imunidade;
Coenzima Q10 e L-carnitina → suporte mitocondrial e queima de gordura.
A escolha deve sempre ser guiada por exames laboratoriais e de precisão.
4. Controle hormonal e acompanhamento médico contínuo
Oscilações hormonais femininas — especialmente de estrogênio e progesterona — influenciam diretamente o curso do lipedema.
O acompanhamento com especialista permite ajustar o metabolismo de forma segura e sustentável.
Prognóstico e qualidade de vida
Com o tratamento adequado, é possível reduzir sintomas, dor, inchaço e inflamação, melhorando significativamente a qualidade de vida.
O diagnóstico precoce e a abordagem integrativa evitam o avanço para estágios mais severos e o comprometimento do sistema linfático.
“O lipedema não tem cura, mas pode ser controlado de forma eficaz com uma visão funcional, que busca restaurar o equilíbrio do corpo como um todo.”
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A avaliação pode incluir exames de precisão, como a metabolômica e o teste genético, que ajudam a identificar desequilíbrios metabólicos e ajustar seu tratamento de forma personalizada




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