DHA: o ômega-3 essencial para o cérebro, gestação e prevenção da neuroinflamação
- Dr. Renato Susin
- há 2 dias
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DHA e EPA: qual a diferença entre esses tipos de ômega-3
O ômega-3 é uma família de ácidos graxos essenciais que inclui principalmente o EPA (ácido eicosapentaenoico) e o DHA (ácido docosa-hexaenoico).
Ambos têm funções anti-inflamatórias, mas atuam em áreas distintas do corpo.
Enquanto o EPA está mais relacionado à modulação de processos inflamatórios sistêmicos e à saúde cardiovascular, o DHA concentra-se nas membranas neuronais, desempenhando papel crucial no cérebro, na retina e durante a formação do sistema nervoso fetal.
O DHA é o principal ômega-3 estrutural do cérebro humano e essencial para o desenvolvimento cognitivo e emocional.

O papel do DHA na saúde cerebral
O cérebro humano é composto por cerca de 60% de gordura, e grande parte dessa gordura é formada por DHA.
Esse ácido graxo está presente nasmembranas dos neurônios, garantindo fluidez e eficiência na comunicação entre as células nervosas.
Quando há deficiência de DHA, ocorre prejuízo na transmissão de impulsos elétricos, afetando a memória, o raciocínio, a concentração e até o equilíbrio emocional.
Além disso, o DHA participa de processos antioxidantes e anti-inflamatórios que protegem o tecido cerebral do estresse oxidativo — um dos principais mecanismos envolvidos no envelhecimento e em doenças neurodegenerativas.
Manter níveis adequados de DHA é investir na clareza mental e na saúde das conexões cerebrais.

DHA e neuroinflamação: quando a inflamação atinge o cérebro
A neuroinflamação é uma inflamação silenciosa que ocorre no sistema nervoso central, associada à fadiga mental, alterações de humor, ansiedade, depressão e declínio cognitivo.
Ela pode ser agravada por alimentação desequilibrada, estresse crônico, toxinas ambientais e deficiência de ômega-3.
O DHA atua como um potente modulador da neuroinflamação, ajudando a:
Reduzir a produção de citocinas inflamatórias;
Estimular a formação de resolvinas e maresinas, moléculas responsáveis por “encerrar” o processo inflamatório;
Restaurar a integridade das membranas neuronais;
Proteger as mitocôndrias cerebrais contra o estresse oxidativo.
No contexto da medicina funcional integrativa, esse equilíbrio entre inflamação e resolução é essencial para a saúde mental e cognitiva a longo prazo.
O DHA atua como um sinal de paz bioquímica dentro do cérebro, encerrando o ciclo da inflamação silenciosa.

A importância do DHA na gestação e desenvolvimento fetal
Durante a gestação, o DHA torna-se ainda mais essencial.
Ele é responsável pelaformação do sistema nervoso, dos olhos e do cérebro do bebê, principalmente no terceiro trimestre, quando o crescimento cerebral é mais acelerado.
A mãe transfere parte significativa do DHA ao feto por meio da placenta, e posteriormente pelo leite materno.
Se a ingestão for insuficiente, tanto a mãe quanto o bebê podem apresentar carência, afetandofunções cognitivas, visão e comportamento infantil.
O DHA é o tijolo estrutural do cérebro em formação — e um dos maiores aliados da saúde materno-infantil.
Melhora o desenvolvimento neurológico e visual do bebê;
Reduz o risco de parto prematuro;
Contribui para o humor materno no pós-parto;
Apoia o metabolismo fetal e o crescimento saudável.
Por isso, a suplementação guiada por um médico funcional integrativo é recomendada em muitos casos, garantindo doses seguras e adequadas ao perfil de cada gestante.

Fontes naturais de DHA
A principal fonte natural de DHA são os peixes gordurosos de águas frias e profundas, como salmão selvagem, sardinha, cavala e arenque.
Esses alimentos concentram o DHA já na forma ativa, prontamente absorvível pelo corpo.
Alternativas vegetais, como algas marinhas, são boas opções para vegetarianos e veganos, pois algumas espécies contêm DHA de origem marinha cultivada.
Salmão selvagem
Sardinha
Cavala
Arenque
Óleo de algas (fonte vegetal de DHA)
O ideal é consumir duas a três porções de peixe por semana, priorizando preparações grelhadas ou assadas.
Quando a dieta não supre a necessidade, a suplementação pode ser considerada sob orientação médica.

Deficiência de DHA: sinais e consequências
A deficiência de DHA é comum em dietas pobres em peixes e ricas em ultraprocessados.
Os sintomas podem surgir de forma sutil e progredir lentamente.
Dificuldade de memória e concentração;
Alterações de humor e ansiedade;
Pele e cabelos secos;
Fadiga persistente;
Maior suscetibilidade à inflamação e ao estresse oxidativo.
Em longo prazo, baixos níveis de DHA estão associados ao envelhecimento cerebral precoce, transtornos de humor e aumento da resistência à insulina — reforçando sua importância também no metabolismo.
O equilíbrio entre EPA e DHA é a base da comunicação saudável entre o corpo e o cérebro.
Avaliação funcional: o que a metabolômica revela sobre o DHA
A metabolômica permite analisar como o organismo está utilizando os ácidos graxos, incluindo o DHA.
Por meio dessa análise detalhada do perfil lipídico e inflamatório, é possível identificardeficiências, bloqueios nas vias de conversão e sobrecarga oxidativa.
Com esses dados, o médico funcional integrativo pode ajustar de forma precisa:
A dose ideal de suplementação;
A proporção entre EPA e DHA;
Estratégias nutricionais anti-inflamatórias;
Monitoramento da resposta metabólica ao tratamento.
Essa abordagem personalizada é o que diferencia a medicina de precisão da suplementação genérica, trazendo resultados sustentáveis.
DHA e metabolismo: energia e proteção celular
O DHA está presente nas membranas de todas as células, influenciando diretamente o metabolismo energético e a comunicação celular.
Em equilíbrio, ele melhora aeficiência mitocondrial, reduzindo a produção de radicais livres e apoiando a regeneração tecidual.
Quando há carência, as células tornam-se mais rígidas e vulneráveis à inflamação, dificultando a entrada de nutrientes e a saída de toxinas.
Esse mecanismo está por trás de sintomas comocansaço crônico, dores musculares eredução da performance mental.
Cuidar do metabolismo lipídico é cuidar da vitalidade celular — e o DHA é uma das chaves desse processo.

Suplementação e acompanhamento médico
Nem todas as pessoas convertem adequadamente o ALA (forma vegetal) em DHA.
Além disso, fatores comoidade, estresse, uso de medicamentos e inflamação intestinal podem reduzir essa conversão.
O acompanhamento médico permite definir a dosagem ideal, o tipo de suplemento mais indicado e a melhor combinação com outros nutrientes antioxidantes — como vitamina E, zinco e selênio, que protegem as gorduras da oxidação.
Suplementar de forma personalizada é transformar conhecimento bioquímico em prevenção real.
Conclusão
O DHA é um dos nutrientes mais valiosos da medicina funcional integrativa.
Sua presença adequada no organismo protege o cérebro, regula o metabolismo, previne a neuroinflamação e é decisiva durante a gestação.Mais do que um suplemento, ele representa uma ferramenta de prevenção e equilíbrio celular.
Com o apoio da metabolômica, é possível entender exatamente como seu corpo utiliza o DHA e ajustar o tratamento de forma individualizada.
O cérebro saudável é construído diariamente — e o DHA é um dos seus principais alicerces.
Quer entender se o seu corpo está realmente equilibrado e se você precisa otimizar seus níveis de DHA?
Agende uma consulta com o Dr. Renato Susin, médico nutrólogo e especialista em medicina funcional integrativa.
A avaliação pode incluir exames de precisão, como a metabolômica, para identificar desequilíbrios e ajustar seu metabolismo de forma personalizada.





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