Suplementação personalizada: como a metabolômica e a genética transformam sua saúde
- RK VIRTUAL ASSISTANT
- 3 de dez
- 5 min de leitura

O novo conceito de suplementação: precisão ao invés de prescrição genérica
Por muito tempo, a suplementação foi feita de forma padronizada — recomendando as mesmas doses de vitaminas e minerais para todas as pessoas.
Hoje, porém, asuplementação personalizada representa uma verdadeira revolução. Através de exames como a metabolômica e o teste genético nutrigenético, é possível compreender as necessidades únicas do organismo e oferecer suplementos na dose, forma e tempo certos.

A personalização é o futuro da suplementação — entender o metabolismo individual permite prevenir doenças e otimizar o desempenho celular.
O que é suplementação personalizada?
A suplementação personalizada tem como base o princípio da individualidade bioquímica: cada pessoa metaboliza nutrientes de forma diferente.
Enquanto uma pessoa pode absorver bem a vitamina D, outra pode ter uma alteração genética que reduz essa capacidade — mesmo se exposta ao sol ou tomando suplementos.
Essas diferenças são determinadas por polimorfismos genéticos, pequenas variações no DNA que influenciam a absorção, transporte e utilização de nutrientes.
Em vez de “suplementar por suposição”, a medicina de precisão permite suplementar com evidência.
A importância dos exames de precisão
Os dois principais pilares da suplementação personalizada são a metabolômica e o teste genético.
Esses exames analisam de forma complementar como o corpo está funcionando agora (metabolômica) e como ele foi programado para funcionar (genética).
Metabolômica: o retrato atual do seu metabolismo
A metabolômica é um exame de alta precisão que avalia centenas de metabólitos no sangue e na urina — como aminoácidos, ácidos graxos, vitaminas, minerais e marcadores inflamatórios.
Ela revela deficiências nutricionais funcionais, mesmo quando os exames convencionais parecem “normais”.
Por exemplo, é possível identificar baixa disponibilidade de magnésio, vitaminas do complexo B, glutationa, ácidos graxos essenciais e até sinais de disfunção mitocondrial.
Essas informações permitem ao médico ajustar tipos e doses de suplementos com base em dados reais, evitando tanto o excesso quanto a carência.
A metabolômica traduz o metabolismo em números — mostrando o que está funcionando e o que precisa ser otimizado.
Teste genético: o mapa da sua predisposição
Já o teste genético nutrigenético identifica polimorfismos — pequenas variações no DNA que interferem no aproveitamento dos nutrientes.
Esses polimorfismos explicam por que algumas pessoas têm dificuldade em converter certas vitaminas em suas formas ativas ou em eliminar toxinas de forma eficiente.
Por exemplo:
Um indivíduo com polimorfismo no gene MTHFR pode apresentar dificuldade em converter ácido fólico (B9) em metilfolato, a forma ativa.
Alterações no gene VDR (receptor de vitamina D) podem reduzir a resposta à suplementação tradicional.
Polimorfismos no FUT2 afetam a absorção de vitamina B12, especialmente em quem segue dietas restritivas.
Genes como GC, FADS1/FADS2 e SLC23A1 influenciam respectivamente o transporte de vitamina D, o metabolismo de ácidos graxos ômega-3 e a captação de vitamina C.

Essas informações genéticas são estáveis ao longo da vida e orientam estratégias preventivas e personalizadas, reduzindo o risco de doenças crônicas relacionadas à má nutrição celular.
Genes e nutrientes: o impacto dos polimorfismos genéticos
A seguir, veja como alguns genes importantes podem influenciar diretamente a necessidade e a resposta à suplementação:
MTHFR e o metabolismo das vitaminas B9 e B12
O gene MTHFR (metilenotetrahidrofolato redutase) regula a conversão do ácido fólico em metilfolato, essencial para o ciclo da metilação e para a síntese de DNA e neurotransmissores.
Polimorfismos comuns, comoC677T ouA1298C, podem reduzir a atividade da enzima em até 70%, resultando em níveis elevados de homocisteína e risco aumentado de fadiga, depressão e doenças cardiovasculares.
Nestes casos, recomenda-se o uso de formas metiladas de B9 (metilfolato) e B12 (metilcobalamina ou adenosilcobalamina), ao invés das versões sintéticas.
VDR e a resposta à vitamina D
O gene VDR (vitamin D receptor) é responsável por codificar o receptor celular da vitamina D.
Alterações nesse gene podem reduzir a ligação da vitamina D aos seus receptores, exigindodoses maiores ou formas ativas da vitamina para alcançar o mesmo efeito fisiológico.
Pessoas com esses polimorfismos tendem a apresentar baixa imunidade, fadiga e alterações hormonais, mesmo com suplementação convencional.
FUT2 e a absorção da vitamina B12
O gene FUT2 regula a expressão de antígenos que influenciam a microbiota intestinal e a absorção de vitamina B12.
Quando há mutação nesse gene, ocorremaior risco de deficiência de B12, mesmo com dieta rica em fontes animais.
Nesses casos, a suplementação por via sublingual ou intramuscular pode ser mais eficaz, além do monitoramento da saúde intestinal.
FADS1 e FADS2: metabolismo dos ácidos graxos
Os genes FADS1 e FADS2 codificam enzimas que convertem os ácidos graxos essenciais em suas formas ativas — como EPA e DHA, fundamentais para o cérebro e o sistema cardiovascular.
Polimorfismos nessas enzimas podem reduzir essa conversão, tornando a suplementação com ômega-3 pré-formado (EPA/DHA) mais eficaz que o uso apenas de linhaça ou chia.
SLC23A1 e a absorção da vitamina C
Esse gene está envolvido no transporte de vitamina C para o interior das células.
Alterações emSLC23A1 podem causar menor absorção e maior eliminação urinária dessa vitamina, exigindodoses mais frequentes ou combinadas com antioxidantes para potencializar a retenção.
Como a metabolômica orienta a suplementação com precisão
A metabolômica vai além da genética: enquanto o DNA mostra a predisposição, a metabolômica revela o que está acontecendo agora.
Por exemplo, mesmo sem alterações no gene MTHFR, o exame pode indicar baixo folato ou metionina, evidenciando que há deficiência funcional.
A análise dos metabólitos também permite identificar:
Redução de cofatores como magnésio, zinco, ferro e selênio;
Déficits de vitaminas B6, B12, D e E;
Alterações no ciclo da glutationa, indicando necessidade de suporte antioxidante;
Desequilíbrio entre vias anabólicas e catabólicas, refletindo sobrecarga metabólica.
Com isso, o médico pode ajustar doses, combinações e formas químicas com base em dados precisos — uma abordagem que substitui a suplementação empírica por suplementação baseada em evidência bioquímica.
O equilíbrio metabólico não depende apenas da genética, mas de como o estilo de vida, alimentação e estresse modulam essas vias bioquímicas.
Benefícios clínicos da suplementação personalizada
A suplementação guiada por exames de precisão traz benefícios concretos e mensuráveis, como:
Melhora da energia e da função mitocondrial;
Redução de sintomas de fadiga e estresse;
Otimização do sono e do humor;
Suporte cognitivo e foco mental;
Fortalecimento da imunidade;
Regulação hormonal e equilíbrio antioxidante.
Além disso, ela evita excessos, que podem ser tão prejudiciais quanto as deficiências.
Por exemplo, o excesso de ferro pode aumentar o estresse oxidativo; já o excesso de vitamina D sem controle de cálcio e magnésio pode causar desequilíbrios cardiovasculares.
A personalização evita esses riscos, garantindo eficácia e segurança.
Quando fazer uma avaliação para suplementação personalizada
Esse tipo de abordagem é indicada para qualquer pessoa que busca melhorar a performance, prevenir doenças e entender o próprio metabolismo, mas é especialmente útil para:
Pessoas com cansaço crônico ou falta de disposição;
Pacientes com transtornos do humor (ansiedade, depressão, TDAH);
Indivíduos com doenças autoimunes ou inflamatórias;
Praticantes de atividade física intensa;
Mulheres em períodos hormonais críticos (TPM, menopausa);
Pessoas com histórico familiar de deficiências vitamínicas, osteoporose ou doenças cardiovasculares.
A análise da metabolômica e da genética fornece um guia vitalício para o cuidado individual, orientando decisões desde a nutrição até a longevidade saudável.
Suplementação personalizada na prática clínica
No consultório, o processo ocorre em três etapas:
Avaliação clínica detalhada – análise de sintomas, hábitos alimentares e histórico familiar;
Investigação bioquímica – realização de exames laboratoriais de rotina, metabolômica e testes genéticos;
Plano de suplementação personalizada – definição de doses, combinações e formas (queladas, lipossomais, metiladas) com base nos resultados.
Essa estratégia permite uma abordagem integrativa e preventiva, que busca a causa bioquímica das deficiências, e não apenas o tratamento sintomático.

Quer entender se o seu corpo está realmente equilibrado e se você precisa otimizar sua suplementação?
Agende uma consulta com o Dr. Renato Susin, médico nutrólogo e especialista em medicina funcional integrativa.
A avaliação pode incluir exames de precisão, como ametabolômica e o teste genético, para identificar desequilíbrios e ajustar seu metabolismo de forma personalizada.





Comentários