EPA: o ômega-3 que protege o coração e reduz a inflamação crônica
- RK VIRTUAL ASSISTANT
- 27 de nov.
- 4 min de leitura

O que é o EPA e por que ele é essencial para o corpo
O EPA (ácido eicosapentaenoico) é um tipo de ômega-3 de origem marinha, encontrado principalmente em peixes de águas frias e profundas, como salmão, sardinha e cavala.
Ele é considerado um dos ácidos graxos mais importantes para asaúde cardiovascular e metabólica.
Enquanto o DHA atua predominantemente no cérebro e na gestação, o EPA tem papel central na modulação da inflamação sistêmica e na proteção do coração.
É a partir dele que o corpo produzresolvinas, moléculas bioativas que ajudam a encerrar processos inflamatórios e restaurar o equilíbrio celular.
O EPA é a ponte entre o controle da inflamação e a proteção cardiovascular — dois pilares da longevidade saudável.

EPA e coração: o que dizem os estudos científicos
O EPA ganhou destaque após o REDUCE-IT Trial (Reduction of Cardiovascular Events with Icosapent Ethyl–Intervention Trial) demonstrar seu papel na prevenção de eventos cardiovasculares.
Esse estudo envolveu mais de8 mil participantes com colesterol controlado por estatinas, mas comtriglicerídeos elevados — um grupo de alto risco para doenças cardíacas.
Os resultados mostraram que o uso de 4 g diários de EPA purificado (icosapent etil) reduziu em 25% os eventos cardiovasculares maiores, incluindo infarto, AVC e morte de causa cardíaca.
O benefício foi atribuído não apenas à redução dos triglicerídeos, mas também àação anti-inflamatória e estabilizadora da placa aterosclerótica promovida pelo EPA.
O estudo REDUCE-IT foi um marco ao confirmar que o EPA isolado, em dose terapêutica, protege o coração além do efeito sobre o colesterol.
Bhatt DL, Steg PG, Miller M, Brinton EA, Jacobson TA, Ketchum SB, Doyle RT Jr, Juliano RA, Jiao L, Granowitz C, Tardif JC, Ballantyne CM; REDUCE-IT Investigators.
Cardiovascular Risk Reduction with Icosapent Ethyl for Hypertriglyceridemia.
New England Journal of Medicine. 2019;380(1):11–22.
Como o EPA age no metabolismo e na inflamação
O EPA atua em múltiplas vias bioquímicas:
Reduz a produção de prostaglandinas e leucotrienos inflamatórios;
Estimula a síntese de resolvinas (moléculas anti-inflamatórias derivadas de EPA);
Diminui a oxidação lipídica e o acúmulo de triglicerídeos;
Melhora a função endotelial, favorecendo a circulação e o fluxo arterial;
Apoia a regeneração celular em tecidos lesionados.
Essas ações tornam o EPA um nutriente fundamental para prevenir o avanço da aterosclerose, proteger as paredes arteriais e equilibrar a resposta imunológica.
A inflamação é o denominador comum das doenças crônicas — e o EPA é uma das ferramentas naturais mais potentes para controlá-la.

A relação entre EPA, lipidômica e saúde cardiovascular
A lipidômica é a ciência que estuda o conjunto de lipídios circulantes e estruturais do corpo, revelando como eles se comportam em situações de inflamação ou equilíbrio.
Por meio dela, é possível mapear com precisãoas gorduras boas e ruins presentes no organismo — incluindo os níveis e a eficiência de uso do EPA.
Quando integrada à metabolômica, a lipidômica oferece uma visão ampla do perfil metabólico e inflamatório do paciente.
Essa análise permite compreender se o EPA está sendo bem absorvido, se existe excesso de ômega-6 ou se há bloqueios nas vias de conversão.
A lipidômica é como uma fotografia bioquímica das gorduras do corpo — mostrando se o coração está realmente protegido.
O EPA na prática clínica da medicina funcional integrativa
Na medicina funcional integrativa, o EPA é avaliado não apenas como um nutriente isolado, mas como parte do equilíbrio metabólico global.
O médico investiga fatores que interferem na absorção e utilização desse ácido graxo, como:
Disbiose intestinal;
Excesso de gorduras pró-inflamatórias (ômega-6);
Carência de antioxidantes;
Estresse oxidativo e inflamação crônica;
Deficiência de cofatores nutricionais (zinco, magnésio, selênio).
Essas variáveis ajudam a entender por que algumas pessoas não respondem bem à suplementação convencional de ômega-3 e exigem uma abordagem personalizada.
A medicina de precisão não se baseia em modismos nutricionais, e sim em dados metabólicos reais.

Fontes alimentares de EPA
O EPA é encontrado principalmente em peixes gordurosos de águas frias e profundas, sendo considerado um nutriente de origem marinha.
As principais fontes incluem:
Salmão selvagem;
Sardinha;
Cavala;
Arenque;
Anchova;
Óleo de peixe purificado (sob prescrição).
O ideal é incluir essas fontes duas a três vezes por semana, priorizando peixes assados, grelhados ou cozidos — nunca fritos, pois o calor excessivo oxida as gorduras.

O que a metabolômica revela sobre o EPA
A metabolômica permite analisar em tempo real como o corpo está utilizando o EPA e outros ácidos graxos essenciais.Ela identifica deficiências, desequilíbrios entre EPA e DHA e padrões inflamatórios subjacentes.
Essa avaliação é especialmente útil para pacientes com:
Histórico familiar de doenças cardiovasculares;
Hipertrigliceridemia;
Inflamação crônica;
Resistência à insulina;
Fadiga e metabolismo lento.
Com base nesses resultados, o médico funcional pode ajustar intervenções nutricionais, definir estratégias de redução inflamatória e acompanhar a resposta clínica com precisão. Medir é o primeiro passo para modular. A metabolômica transforma prevenção em ciência aplicada.

EPA e triglicerídeos: como ele ajuda a reduzir gorduras no sangue
Uma das funções mais conhecidas do EPA é a redução dos triglicerídeos plasmáticos — um marcador importante de risco cardiovascular.
Ele atua diminuindo a produção hepática dessas gorduras e aumentando sua eliminação pelo metabolismo energético. Em estudos clínicos, pacientes com hipertrigliceridemia tratados com EPA apresentaram queda significativa nos níveis de triglicerídeos, associada à melhora na elasticidade arterial e na oxigenação tecidual.
O EPA é uma das gorduras mais potentes quando o assunto é limpar o sangue de excesso de lipídios prejudiciais.
Conclusão
O EPA é um dos nutrientes mais estudados e valorizados da medicina funcional integrativa. Ele protege o coração, regula o metabolismo lipídico, reduz a inflamação e contribui para uma vida mais longa e equilibrada. Com o apoio das ciências ômicas — metabolômica e lipidômica — é possível entender de forma precisa como o organismo utiliza o EPA e ajustar intervenções de maneira personalizada.
Mais do que um suplemento, o EPA é uma ferramenta deprevenção cardiovascular baseada em ciência e dados reais.
Cuidar do coração é cuidar das inflamações invisíveis — e o EPA é um dos seus maiores aliados.
Quer entender se o seu corpo está realmente equilibrado e se você precisa otimizar seus níveis de EPA?
Agende uma consulta com o Dr. Renato Susin, médico nutrólogo e especialista em medicina funcional integrativa.
A avaliação pode incluir exames de precisão, como metabolômica e lipidômica, para identificar desequilíbrios e ajustar seu metabolismo de forma personalizada.




Comentários