Amilase: função, genética e o que revelam os exames de precisão
- RK VIRTUAL ASSISTANT
- 2 de dez.
- 4 min de leitura

O que é a amilase e qual é sua função no corpo
A amilase é uma enzima essencial para a digestão dos carboidratos. Ela atua quebrando o amido e outros polissacarídeos em moléculas menores de glicose, que podem ser absorvidas e utilizadas como fonte de energia.
Existem duas formas principais de amilase no corpo humano:
Amilase salivar (AMY1) – produzida nas glândulas salivares, inicia a digestão dos carboidratos ainda na boca.
Amilase pancreática (AMY2A e AMY2B) – secretada pelo pâncreas, continua a quebra do amido no intestino delgado.
A eficiência da digestão de carboidratos depende da ação combinada dessas enzimas — e alterações genéticas podem influenciar fortemente sua produção.
Polimorfismos genéticos e produção de amilase
O gene AMY1, responsável pela amilase salivar, apresenta variações no número de cópias entre as pessoas.
Essas diferenças genéticas influenciam a quantidade de enzima produzida e, consequentemente, a forma como cada organismo reage à ingestão de carboidratos.
Indivíduos com maior número de cópias do gene AMY1 tendem a ter melhor digestão de amidos, aproveitando melhor alimentos ricos em carboidratos complexos.
Já pessoas com menor número de cópias podem apresentar dificuldade digestiva, sensação de estufamento, flutuação glicêmica e até maior propensão ao ganho de peso.
Além disso, variações nos genes AMY2A e AMY2B, que codificam a amilase pancreática, também podem reduzir sua produção, afetando a digestão intestinal e a absorção de glicose.
A genética influencia diretamente a eficiência com que metabolizamos carboidratos e controlamos nossos níveis de glicose após as refeições.

O que acontece quando há deficiência de amilase
Uma produção insuficiente de amilase pode causar:
Digestão incompleta de carboidratos;
Gases e distensão abdominal;
Desconforto intestinal após o consumo de pães, massas e cereais;
Queda de energia e flutuações glicêmicas;
Aumento da fermentação bacteriana no intestino, favorecendo disbiose.
Em casos mais graves, a deficiência pode estar associada a doenças pancreáticas ou a distúrbios genéticos raros, que reduzem drasticamente a atividade enzimática.
Amilase e a relação com o metabolismo dos carboidratos
A metabolização dos carboidratos não depende apenas da ingestão, mas também da resposta enzimática e genética de cada indivíduo.
A metabolômica, exame que analisa os metabólitos no sangue e na urina, pode revelar alterações na via glicolítica e no metabolismo energético associadas à digestão ineficiente.
Por exemplo:
Elevação de ácido lático ou piruvato pode indicar sobrecarga metabólica pós-prandial;
Desequilíbrio entre aminoácidos glicogênicos e glicose pode sugerir baixa utilização de carboidratos.
Essas informações são fundamentais para ajustar a alimentação e entender se o organismo está utilizando bem os carboidratos como fonte de energia.
Amilase, microbioma e disbiose intestinal
Quando há falha na digestão do amido, parte dos carboidratos não digeridos chega ao intestino grosso, servindo de substrato para fermentação bacteriana.
Isso pode alterar o equilíbrio da microbiota intestinal, aumentando a produção de gases e de metabólitos comoácido propiônico e butírico.
O teste do microbioma intestinal, outro exame de precisão, permite avaliar se há proliferação excessiva de bactérias fermentadoras ou redução das espécies benéficas.
Em muitos casos, pacientes com baixa amilase apresentamassociação com disbiose e intolerâncias alimentares leves.
Polimorfismos genéticos e o estilo alimentar ideal
Estudos apontam que populações que consomem dietas tradicionalmente ricas em carboidratos — como asiáticos e mediterrâneos — tendem a ter maior número de cópias do gene AMY1.
Já grupos com padrão alimentar mais proteico (como povos do Ártico) têmmenos cópias, o que reduz a necessidade de amilase salivar.
Essas variações mostram que não existe uma dieta ideal universal:
O que é equilibrado para uma pessoa pode causar desconforto digestivo em outra, dependendo de seuperfil genético e metabólico.
O teste genético nutrigenético pode identificar essas diferenças e orientar estratégias personalizadas de alimentação — especialmente para quem sente desconforto após comer carboidratos.

Como avaliar sua digestão e metabolismo de carboidratos
A combinação entre metabolômica e teste genético oferece uma visão integrada sobre a digestão e o metabolismo dos carboidratos.
Teste genético (gene AMY1) — avalia a quantidade de cópias do gene da amilase salivar e sua eficiência digestiva.
Metabolômica — identifica metabólitos associados à má absorção ou ao uso ineficiente de glicose.
Mapa do microbioma intestinal — revela se há fermentação excessiva, disbiose ou inflamação intestinal.
Essas análises permitem personalizar a dieta, equilibrar o consumo de carboidratos e prevenir condições como resistência à insulina, fadiga e distensão abdominal.
Como otimizar naturalmente a ação da amilase
Mesmo com predisposição genética à baixa produção de amilase, alguns hábitos podem ajudar a melhorar a digestão:
Mastigar bem os alimentos, favorecendo a ação da amilase salivar;
Evitar refeições muito rápidas ou com líquidos em excesso;
Reduzir o consumo de açúcares simples e processados;
Manter boa hidratação e prática regular de atividade física;
Incluir enzimas digestivas sob orientação profissional.
A digestão começa na boca — mastigar bem é o primeiro passo para um metabolismo equilibrado.
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